Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente" [ Chico Xavier ]


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

COMER SEM TRIGO PREVINE O ENVELHECIMENTO



Já vimos que alimentos feitos de trigo elevam a taxa de glicose no sangue mais que quase todos os outros alimentos, incluindo o açúcar comum. Comparar o trigo com a maioria dos outros alimentos seria como colocar Mike Tyson no ringue para lutar com Truman Capote: não haveria luta; nocaute de glicose no sangue num piscar de olhos. A menos que você seja uma corredora fundista, de 23 anos de idade e manequim 36, que, graças a uma quantidade mínima de gordura visceral, a uma sensibilidade vigorosa à insulina e às vantagens da abundância de estrogênio, apresenta pequena elevação na glicemia, duas fatias de pão de trigo integral provavelmente farão disparar sua taxa de glicose para a faixa de 150 mg/dL, ou mais do que isso – mais que o suficiente para pôr em funcionamento a sequência de formação dos AGEs. Se a glicação acelera o envelhecimento, será que a não glicação pode desacelerar o envelhecimento?

Um estudo desse tipo foi realizado num modelo experimental com camundongos, com uma dieta rica em AGEs, que provocou mais aterosclerose, catarata, doenças renais e diabetes eencurtou a vida, em comparação com a vida mais longa e mais saudável dos camundongos que consumiram uma dieta pobre em AGEs. Ainda não se realizou o ensaio clínico necessário para a comprovação desse conceito em seres humanos, ou seja, uma dieta rica em AGEs em contraste com uma dieta pobre em AGEs, seguido de exame dos órgãos para verificar os danos do envelhecimento. Esse é um obstáculo
concreto para praticamente toda a pesquisa contra o envelhecimento. Imagine a tentativa de recrutar voluntários: “Senhor, nós vamos incluí-lo em um de dois ‘ramos’ de um estudo. O senhor vai seguir uma dieta com alto teor de AGEs ou com baixo teor de AGEs. Depois de cinco anos, vamos avaliar sua idade biológica”. Você aceitaria a possibilidade de ser incluído no grupo do alto teor de AGEs? E como se avaliaria a idade biológica? 

Se a glicação e a formação de AGEs estão por trás de muitos dos fenômenos do envelhecimento, e se alguns alimentos acionam a formação de AGEs com mais vigor que outros, parece plausível que uma dieta com baixo teor desses alimentos desacelere o processo de envelhecimento, ou pelo menos desacelere os aspectos do envelhecimento que avançam devido ao processo de glicação. Um baixo valor de HbA1c significa que está acontecendo menos glicação endógena promotora do envelhecimento. Você estará menos propenso a catarata, doenças renais, rugas, artrite, aterosclerose e todas as outras expressões da glicação que atormentam os seres humanos, especialmente os que consomem trigo. Talvez até mesmo permita que você seja franco a respeito de sua idade.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

HOMENS ABRAM SEUS OLHOS: barriga de gravida e peitos grandes - culpa do trigo.




A barriga de trigo não é apenas uma questão de estética, mas um fenômeno com consequências reais para a saúde. Além de produzir hormônios inflamatórios como a leptina, a gordura visceral é também uma fábrica produtora de estrogênio em ambos os sexos, aquele mesmo estrogênio que desenvolve características femininas, como o alargamento dos quadris e o crescimento dos seios em garotas no início da puberdade.

Até a menopausa, as mulheres adultas apresentam altos níveis de estrogênio. O excesso de estrogênio produzido pela gordura visceral, porém, aumenta consideravelmente o risco de câncer de mama, já que níveis elevados desse hormônio estimulam o tecido mamário. Em consequência disso, na mulher, o aumento da gordura visceral está associado a um risco até quatro vezes maior de câncer de mama. O risco do câncer de mama em mulheres na pósmenopausa, com a gordura visceral de uma barriga de trigo, é duas vezes maior que o de mulheres magras, sem barriga de trigo, na mesma fase da vida12. É incrível que, apesar dessa ligação evidente, nenhum estudo tenha investigado os resultados de uma dieta sem trigo para a eliminação da gordura visceral da barriga de trigo e seu efeito sobre a incidência de câncer de mama. Se simplesmente ligássemos os pontos, poderíamos prever uma redução acentuada no risco. 

Os homens, por terem apenas uma fração ínfima do estrogênio das mulheres, são sensíveis a qualquer coisa que aumente os níveis desse hormônio. Quanto maior a barriga de trigo nos homens, mais estrogênio é produzido pelo tecido adiposo visceral. Como o estrogênio estimula o crescimento do tecido mamário, níveis elevados de estrogênio podem causar o desenvolvimento de mamas maiores – as temidas “mamas masculinas”, “peitos caídos” ou, para os profissionais da saúde, ginecomastia. Os níveis do hormônio prolactina também podem ficar até sete vezes maiores por causa da gordura visceral. 

Como o nome sugere (prolactina significa “estimulante da lactação”), altos níveis de prolactina estimulam o crescimento do tecido mamário e a produção de leite. Em um homem, mamas aumentadas, portanto, não são apenas a constrangedora característica física da qual seus sobrinhos irritantes zombam, mas a prova física de que os níveis de estrogênio e prolactina estão altos em decorrência da fábrica de hormônios e inflamações pendurada em torno de sua cintura. Uma verdadeira indústria tem se desenvolvido para ajudar os homens envergonhados de seus peitos aumentados. 

Está havendo um crescimento explosivo de cirurgias de redução de mamas masculinas, que se alastra pelo país inteiro em alta progressão. Outras “soluções” incluem roupas especiais, coletes de compressão e programas de exercícios. (Talvez o Kramer da série Seinfeld não estivesse assim tão maluco quando inventou o sutiã masculino.)  Aumento de estrogênio, câncer de mama, mamas masculinas… tudo isso vem daquele saco de bagels compartilhado no escritório.

sábado, 14 de novembro de 2015

Por que o trigo é muito pior que outros alimentos para o problema do excesso de peso?




O fenômeno indispensável para acionar o crescimento da barriga de trigo é a elevação do nível de açúcar (glicose) no sangue, que, por sua vez, provoca a elevação do nível de insulina. (A insulina é liberada pelo pâncreas em resposta à presença de glicose na corrente sanguínea: quanto maior a quantidade de glicose, mais insulina deve ser liberada para passar a glicose para o interior das células corporais – por exemplo, as células dos músculos ou do fígado.)

Quando a capacidade do pâncreas de produzir insulina em resposta ao aumento da quantidade de glicose no sangue é ultrapassada, desenvolve-se o diabetes. Mas você não precisa ser diabético para ter altos níveis de glicose e de insulina na corrente sanguínea. Quem não é diabético pode apresentar facilmente os níveis elevados de glicose necessários para cultivar sua própria barriga de trigo, em particular porque os alimentos feitos com trigo são prontamente convertidos em açúcar.

A elevação do nível de insulina no sangue provoca a deposição de gordura visceral, método pelo qual o corpo armazena o excesso de energia. Quando a gordura visceral se acumula, a enxurrada de sinais inflamatórios que ela produz faz com que os tecidos, como o tecido muscular e o hepático, reajam menos à insulina, o que é denominado resistência à insulina. Isso significa que o pâncreas precisa produzir quantidades cada vez maiores de insulina para metabolizar os açúcares. 

Com o tempo, segue-se um círculo vicioso de aumento da resistência à insulina, aumento da produção de insulina, aumento da deposição de gordura visceral, aumento da resistência à insulina, e assim por diante. Há já trinta anos, os nutricionistas estabeleceram o fato de que o efeito do trigo na elevação do nível de glicose no sangue é maior que o do açúcar comum. Como vimos, o índice
glicêmico, ou IG, é usado pelos nutricionistas para aferir quanto os níveis de glicose no sangue sobem nos 90 a 120 minutos após a ingestão de um alimento. Por essa medida, o pão de trigo integral tem um IG de 72, enquanto o IG do açúcar comum (açúcar de mesa) é de 59 (embora alguns laboratórios tenham obtido valores mais altos, que chegaram a 65). Em comparação, o feijão tem um IG de 51; o grapefruit, de 25, enquanto alimentos que não contêm carboidratos, como o salmão e as nozes, têm IG de praticamente zero. 

Quando comemos esses alimentos não ocorre alteração no nível de glicose do sangue. Na realidade, com raras exceções, poucos alimentos têm um IG tão alto quanto os elaborados com trigo. Se excluirmos as frutas secas, como tâmaras e figos, que são ricas em açúcar, os únicos outros alimentos que têm o IG tão alto quanto o do trigo são amidos secos, pulverizados, como o amido de milho, o amido de arroz, a fécula de batata e a fécula de tapioca. (Vale ressaltar que esses são os mesmos carboidratos muitas vezes usados para preparar alimentos “sem glúten”. Falaremos mais sobre esse assunto adiante.)

Como o carboidrato do trigo, a amilopectina A, extraordinariamente digerível, causa uma elevação no nível glicêmico maior que praticamente qualquer outro alimento – mais que uma barra doce recheada, que o açúcar comum ou que um sorvete –, ele também aciona a liberação de uma maior quantidade de insulina. Quanto mais amilopectina A, mais alto o nível de glicose no sangue, mais alto o nível de insulina, maior a deposição de gordura visceral… e maior a barriga de trigo.

Acrescente a inevitável queda no nível de glicose no sangue (hipoglicemia), que é a consequência natural dos altos níveis de insulina, e você verá por que, à medida que o corpo tenta se proteger dos perigos da queda no nível de glicose, em geral o resultado é uma fome incontrolável. Você fica louco à procura de alguma coisa para comer, algo que faça o nível de glicose subir novamente, e o ciclo é acionado mais uma vez, repetindo-se de duas em duas horas.

Agora inclua no cálculo a resposta de seu cérebro aos efeitos eufóricos provocados pela exorfina derivada do trigo (e seu potencial para provocar uma síndrome de abstinência, caso você não consiga a próxima “dose”), e não será nenhuma surpresa que a barriga de trigo em torno de sua cintura continue a crescer sem parar.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Pão de banana verde - Testada!





A banana verde quando usada cozida, perde o amido resistente, por isso nessa receita ela é apenas um ingrediente de baixo índice glicêmico para compor sua dieta.

Compre bananas verdes (totalmente verdes). Separe, coloque em um saco ermético e congele.
Duas bananas de tamanho médio dão aproximadamente 200gr de massa.

Descongele a banana no microondas por 50 segundos. Passe a faca ao longo da quina e retire a casca; bata num liquidificador ou mixer:

2 bananas, 2 ovos, sal, 2 colheres das de sopa de queijo ralado ( opcional). 
Polvilhe com queijo parmesão.
Misture 1 C das de chá, bem cheia, de fermento. 

Coloque a massa em uma forma de pão e leve para assar. Pode levar de 15 a 30 minutos no forno convencional, dependendo da quantidade de massa e do forno.

OBS: você pode usar essa mesma receita pra fazer tortas, é so misturar o recheio e colocar na forma, fica delicioso.

Fonte: Nutri das Panelas.






terça-feira, 10 de novembro de 2015

TRIGO VICIA. NÃO ACREDITA? LEIA ISSO!


O trigo aciona um ciclo de saciedade e fome, regulado pela insulina, acompanhado pelos altos  e baixos da euforia e da abstinência, distorções da função neurológica e efeitos viciantes, tudo isso levando a deposição de gordura.


Os picos de glicose e de insulina no sangue são responsáveis pelo aumento da deposição de gordura, especificamente nos órgãos viscerais. Com a repetição constante desse fenômeno, a deposição de gordura visceral aumenta, gerando um fígado gordo, rins gordos, um pâncreas gordo, intestinos, grosso e delgado, gordos, bem como a familiar manifestação superficial do acúmulo de gordura, a barriga de trigo. (Até mesmo seu coração engorda, mas você não pode ver por causa das costelas.)

É assim que o pneu em torno de sua cintura ou em torno da cintura de quem você ama corresponde à manifestação superficial da gordura visceral contida no abdome, envolvendo os órgãos abdominais, resultante de meses a anos de ciclos repetidos de altos teores de glicose e insulina no sangue, aos quais se segue a deposição de gordura regulada pela insulina. Não se trata da deposição de gordura nos braços, nas nádegas ou nas coxas, mas da protuberância flácida que circunda o abdome, gerada por órgãos internos gordos e salientes. (O motivo exato pelo qual a perturbação do metabolismo da glicose e da insulina provoca, preferencialmente, deposição de gordura visceral no abdome, e não no ombro esquerdo ou no alto da cabeça, é uma questão que continua a desafiar a ciência médica.)

A gordura nas nádegas ou nas coxas é exatamente isso: gordura nas nádegas ou nas coxas, nem mais, nem menos. Você senta sobre ela, você a espreme para poder caber nos jeans, você se queixa das marcas de celulite que ela cria. Essa gordura representa o excesso de calorias ingeridas em relação às calorias despendidas. Embora o consumo de trigo contribua para o aumento na quantidade de gordura das nádegas e das coxas, a gordura nessas regiões é relativamente inerte em termos metabólicos.

A gordura visceral é diferente. Embora ela possa ser útil, como um “pneuzinho” ao qual seu parceiro, ou sua parceira, possa se agarrar, ela também possui a capacidade singular de acionar uma quantidade de fenômenos inflamatórios. A gordura visceral que enche e circunda o abdome, do tipo barriga de trigo, é uma fábrica metabólica extraordinária, em funcionamento 24 horas por dia, nos sete dias da semana. E o que ela produz são sinais inflamatórios e citocinas anormais (moléculas que atuam como hormônios, realizando a comunicação entre células), como a leptina, a resistina e o fator de necrose tumoral4, 5. Quanto maior a quantidade de gordura visceral, maior a quantidade de sinais anormais liberados para a corrente sanguínea.

Qualquer gordura corporal tem a capacidade de produzir outro tipo de citocina, a adiponectina, uma molécula protetora que reduz o risco de doenças cardíacas, diabetes e hipertensão. Contudo, à medida que a gordura visceral aumenta, diminui sua capacidade para produzir a adiponectina protetora (por motivos ainda não esclarecidos)6. A combinação desses fatores, isto é, a falta da adiponectina junto com o aumento da produção de leptina, do fator de necrose tumoral e de outros produtos inflamatórios, está por trás das respostas insulínicas anormais, do diabetes, da hipertensão e de doenças cardíacas7. A lista de outras perturbações da saúde deflagradas pela gordura visceral está crescendo e agora inclui a demência senil, a artrite reumatoide e o câncer de cólon8. É por isso que a circunferência da cintura tem se mostrado um poderoso instrumento de prognósticos de todas essas perturbações da saúde, bem como da mortalidade.

A gordura visceral não só produz níveis anormalmente altos de sinais inflamatórios, como ela própria, com abundantes quantidades de leucócitos inflamatórios (macrófagos), é inflamada. Por meio da circulação portal hepática, que drena o sangue do trato intestinal, as moléculas endócrinas e inflamatórias produzidas pela gordura visceral desembocam diretamente no fígado, que por sua vez responde produzindo mais uma sequência de sinais inflamatórios e proteínas anormais.

Em outras palavras, em nosso corpo, nem todas as gorduras são iguais. A gordura da barriga de trigo é uma gordura especial. Ela não é simplesmente um depósito passivo para as calorias de pizzas em excesso. Ela é, de fato, uma glândula endócrina, muito semelhante a sua tireoide ou a seu pâncreas, ainda que seja uma glândula endócrina muito grande e ativa. (Que ironia: vovó estava certa, quarenta anos atrás, quando dizia que alguém com sobrepeso tinha um problema de “glândulas”.) Diferentemente de outras glândulas endócrinas, a glândula endócrina da gordura visceral não joga limpo, mas segue regras exclusivas, que prejudicam a saúde do corpo.

Portanto, uma barriga de trigo não causa apenas uma aparência desagradável. Ela também é assustadoramente prejudicial à saúde.

domingo, 8 de novembro de 2015

BARRIGA DE TRIGO, PNEUZINHOS, MAMAS MASCULINAS E “BARRIGAS DE GRÁVIDA





TALVEZ VOCÊ JÁ TENHA PASSADO POR esta experiência.
Você encontra uma amiga que não vê há algum tempo e exclama feliz: “Elizabeth! É para quando?”
Elizabeth: [Silêncio.] Quando? Acho que não sei do que você está falando.
Você: [Engolindo em seco.]…
É mesmo. A barriga de trigo imita muito bem uma barriga de grávida. Por que o trigo causa deposição de gordura especificamente no abdome e não, digamos, no couro cabeludo, na orelha esquerda ou no traseiro? E, deixando de lado equívocos infelizes do tipo “Não estou grávida”, por que esse acúmulo é importante? E por que a eliminação do trigo levaria à perda da gordura abdominal? Vamos examinar as singularidades do tipo físico barriga de trigo: BARRIGA DE TRIGO, PNEUZINHOS, MAMAS MASCULINAS E “BARRIGAS DE GRÁVIDA

Essas são as curiosas manifestações decorrentes do consumo do grão moderno que chamamos de trigo. Com marcas de celulite ou lisas, peludas ou sem pelos, retesadas ou flácidas, as barrigas de trigo têm tantas formas, cores e tamanhos quanto os seres humanos. Mas por trás de todas elas está a mesma causa metabólica. 

Gostaria de defender a tese de que alimentos feitos de trigo, ou que o contenham, engordam as pessoas. Eu até diria que o excesso de entusiasmo no consumo do trigo é a principal causa da crise de obesidade e diabetes nos Estados Unidos. É também, em grande parte, o motivo pelo qual Jillian Michaels precisa atormentar os competidores do reality show Biggest Losera.

Ele explica por que atletas modernos, como jogadores de beisebol e triatletas, estão mais gordos do que nunca. Culpe o trigo quando você estiver sendo esmagado pelo cara de quase 130 quilos sentado ao seu lado no avião.
Sem dúvida, os refrigerantes açucarados e o estilo de vida sedentário agravam o problema. Mas, para a enorme maioria das pessoas preocupadas com a saúde, que não se entregam a esses comportamentos óbvios de ganho de peso, o principal desencadeador do aumento de peso é o trigo.

Na realidade, a incrível prosperidade financeira que a proliferação do trigo na dieta norte-americana gerou para as indústrias de alimentos e de medicamentos pode levá-lo a se perguntar se essa “conjunção favorável” não teria algo de artificial. Será que, em 1955, um grupo de poderosos não teria se reunido secretamente, no estilo Howard Hughes, e traçado um plano diabólico para elevar a produção do trigo anão, de baixo custo e alta produtividade, tramado a divulgação à população da recomendação sancionada pelo governo de comer “grãos integrais saudáveis” e liderado a investida das gigantes do setor alimentício para vender o equivalente a centenas de bilhões de dólares de alimentos prontos, feitos com trigo – tudo isso levando à obesidade e à “necessidade” de bilhões de dólares de medicamentos para tratamento do diabetes, de doenças cardíacas e de todas as outras consequências da obesidade sobre a saúde? Parece absurdo, mas até certo ponto foi exatamente isso que aconteceu.

Nos grupos dedicados à nutrição, o grão integral é o queridinho do momento. Mas, na realidade, esse ingrediente “saudável para o coração”, aprovado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o alimento que consultores nutricionais concordam ser aquele que você deveria ingerir mais, deixa-nos gordos e esfomeados, mais gordos e esfomeados que em qualquer outro momento da história humana.

Compare uma fotografia atual de dez norte-americanos escolhidos aleatoriamente com uma de dez norte-americanos do início do século XX, ou de qualquer século precedente do qual haja fotografias disponíveis, e você verá o contraste violento: os norte-americanos de hoje são gordos. De acordo com os CDC, hoje, 34,4% dos adultos estão com sobrepeso (IMC de 25 a 29,9), 33,9% estão obesos (IMC de 30 ou mais) e apenas menos de um terço da população está com peso normal. Desde 1960, o número de obesos aumentou mais rapidamente, chegando a quase triplicar ao longo desses cinquenta anos.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A DEUSA DA BARRIGA DE TRIGO






Celeste já não se sentia “legal”. 
Aos 61 anos de idade, Celeste contou que, dos 20 aos 40 anos, viera engordando aos poucos, mas se mantivera dentro de sua faixa normal de peso, entre os 54 e os 61 quilos. Mas, quando estava com quarenta e poucos anos, alguma coisa começou a acontecer; mesmo sem mudanças substanciais em seus hábitos, ela foi aumentando progressivamente de peso, até chegar aos 82 quilos.

– Nunca estive tão gorda – queixou-se ela.

Como professora de arte moderna, Celeste andava com uma turma bastante sofisticada, e seu peso fazia com que se sentisse ainda mais constrangida e deslocada. Por isso ela ouviu com atenção quando expus minha introdução à dieta que envolvia a eliminação de todos os produtos de trigo. Ao longo dos três primeiros meses, ela perdeu nove quilos e meio, mais que o suficiente para convencê-la de que o programa funcionava. Ela já estava precisando vasculhar os fundos do closet à procura de roupas que não conseguia usar havia uns cinco anos.

Celeste aderiu à dieta admitindo para mim que, para ela, essa alimentação tinha rapidamente se tornado uma  segunda natureza: sem compulsões e raramente precisando de um lanchinho, ela atravessava facilmente o intervalo entre as refeições, que a mantinham saciada. Ela ressaltou que, de tempo em tempo, as pressões do trabalho a impediam de almoçar ou jantar, mas ela aguentava bem os períodos prolongados sem nada para comer. Lembrei-lhe que petiscos saudáveis, como castanhas cruas, queijo e biscoitos de linhaça eram perfeitamente adequados ao programa. Mas ela achava simplesmente que, na maior parte do tempo, os petiscos não eram necessários.

Catorze meses depois de adotar a dieta Barriga de Trigo, Celeste não conseguia parar de sorrir quando voltou a meu consultório com 57 quilos – peso que nunca mais tinha tido desde os trinta e poucos anos. Tinha perdido 25 quilos e 30 centímetros de cintura, que passara de 97,5 centímetros para 67,5 centímetros. Ela não só cabia novamente em roupas tamanho 40, mas também já não se sentia constrangida em seus contatos sociais no mundo das artes. Não havia mais necessidade de esconder sua flácida barriga de trigo por baixo de camadas de roupas ou batas soltas. Ela podia usar seu vestido de coquetel mais justo com orgulho, sem nenhum sinal de
barriga de trigo.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

TRIGO: ESSÊNCIA PERDIDA NA MANIPULAÇÃO GENÉTICA PARTE II







No futuro, a ciência da manipulação genética tem potencial para modificar ainda mais o trigo. Os cientistas já não precisam misturar linhagens, cruzar os dedos e torcer para que ocorra a exata troca cromossômica. Em vez disso, determinados genes podem ser propositadamente inseridos [no genoma de uma planta] ou removidos [dele], criando-se assim linhagens resistentes a doenças ou a defensivos agrícolas, tolerantes ao frio ou à seca, ou com toda uma série de outras características geneticamente determinadas. Especificamente, novas linhagens podem sofrer manipulação genética para se tornarem compatíveis com determinados fertilizantes ou defensivos agrícolas. 

Do ponto de vista financeiro, esse é um processo compensador para o agronegócio, assim como para os produtores de sementes e de produtos químicos usados em agricultura, como  a Cargill, a Monsanto e a ADM, por exemplo, uma vez que linhagens específicas de sementes podem ser patenteadas e, com isso, fazer jus a preços mais altos, além de estimular a venda dos tratamentos químicos compatíveis com elas. 

A manipulação genética tem por base a premissa de que um gene específico pode ser introduzido exatamente no local correto, sem perturbar a expressão genética de outras características. Embora o conceito pareça ser bem sólido, as coisas nem sempre funcionam com tanta precisão. Na primeira década das atividades de manipulação genética, não eram exigidos testes de segurança ou testes em animais para plantas geneticamente modificadas, uma vez que a prática não era considerada nem um pouco diferente da prática da hibridização, que se supunha inócua. Mais recentemente, a pressão do público fez com que agências reguladoras, como o setor de controle de alimentos da FDA [Food and Drug Administration – órgão norte-americano de Administração de Alimentos e Medicamentos], passassem a exigir testes antes de um produto geneticamente modificado ser lançado no mercado. 

Entretanto, críticos da manipulação genética citam estudos que identificam problemas em potencial com alimentos provenientes de lavouras geneticamente modificadas. Animais utilizados como cobaias nesse tipo de experimentação, alimentados com grãos da soja tolerante ao glifosato (principal ingrediente do herbicida Roundup Ready®e; essas sementes foram geneticamente projetadas para tolerar aplicações abundantes de Roundup® pelo agricultor sem prejuízo para a plantação), apresentaram alterações em tecidos do fígado, do pâncreas, do intestino e dos testículos, em comparação com animais alimentados com soja convencional. Acredita-se que a diferença seja decorrente de um realinhamento inesperado do DNA próximo ao local de inserção do gene, o que resultou na alteração de proteínas do alimento, com efeitos tóxicos em potencial.

Foi necessário o surgimento da manipulação genética para que finalmente surgisse a noção de testes de segurança para plantas geneticamente modificadas. O clamor público levou a comunidade internacional do setor agrícola a desenvolver diretrizes como, por exemplo, o  Codex Alimentarius de 2003, um esforço conjunto da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), para ajudar a determinar quais dos novos alimentos geneticamente modificados deveriam ser submetidos a testes de segurança, que testes deveriam ser realizados e o que deveria ser avaliado. Contudo, nenhum clamor como esse se ergueu anos antes, quando agricultores e geneticistas realizaram dezenas de milhares de experimentos de hibridização. 

Não há dúvida de que rearranjos genéticos imprevistos, que talvez gerem alguma característica desejável, como a resistência maior à seca ou propriedades mais adequadas à panificação, podem ser acompanhados de alterações nas proteínas que não são evidentes à visão, ao olfato ou ao paladar; mas pouco se cuidou desses efeitos colaterais. Continuam a ocorrer tentativas de hibridização, com a produção de novos trigos “sintéticos”. Embora a hibridização não seja tão precisa quanto as técnicas de manipulação de genes, ela, não obstante, possui o potencial de inadvertidamente “ativar” ou “desativar” genes não relacionados ao efeito pretendido, gerando características exclusivas, entre as quais nem todas podem ser identificadas atualmente.

Assim, as modificações do trigo que poderiam provocar efeitos indesejáveis em seres  humanos não decorrem da inserção ou exclusão de genes, mas sim de experimentos de hibridização anteriores à manipulação genética. Como resultado, ao longo dos últimos cinquenta anos, milhares de novas linhagens de trigo passaram a integrar os estoques comerciais de gêneros alimentícios humanos, sem que houvesse a preocupação de um único teste de segurança. Trata-se de um desdobramento com implicações tão gigantescas para a saúde humana que vou repetir o que já disse: o trigo moderno, apesar de todas as alterações que sofreu para a modificação de centenas, se não milhares de suas características geneticamente determinadas, chegou ao mercado mundial de gêneros alimentícios humanos sem que fosse emitido um questionamento sequer sobre sua adequação ao consumo humano.

Como os experimentos de hibridização não exigiam a documentação da realização de testes com animais ou com seres humanos, é uma tarefa impossível indicar onde, quando e como, exatamente, surgiram os híbridos que podem ter ampliado os efeitos nocivos do trigo. Não se sabe sequer se apenas alguns ou se todos os trigos híbridos gerados têm potencial para efeitos indesejáveis sobre a saúde humana. O acúmulo das variações genéticas introduzidas a cada rodada de hibridização  pode fazer toda a diferença. Pensemos em seres humanos do sexo masculino e do feminino. Embora homens e mulheres sejam geneticamente iguais, pelo menos na maior parte do código genético,  é claro que existem diferenças, que contribuem para tornar as conversas mais interessantes, para não falar dos jogos românticos. As diferenças cruciais entre homens e mulheres, um conjunto de diferenças que tem origem em um único cromossomo, o minúsculo cromossomo masculino Y e seus poucos genes, prepararam a cena para milhares de anos de vida e morte humanas, para os dramas de Shakespeare e para o abismo que separa Homer Simpson de sua esposa Marge.

E o mesmo vale para essa gramínea criada por seres humanos que nós ainda chamamos de “trigo”. Diferenças genéticas decorrentes de milhares de hibridações organizadas por seres humanos explicam uma variação substancial em composição, aparência e em características importantes não apenas para chefs e para a indústria alimentícia, mas, potencialmente, também para a saúde humana.

domingo, 1 de novembro de 2015

TRIGO: ESSÊNCIA PERDIDA NA MANIPULAÇÃO GENÉTICA - PARTE I







Como a hibridização e os esforços de melhoramento genético produziam plantas que em essência continuavam a ser “trigo”, supôs-se simplesmente que as novas linhagens seriam perfeitamente bem toleradas pelo público consumidor. Na realidade, cientistas agrícolas zombam da ideia de que a hibridização tenha o potencial de gerar híbridos prejudiciais à saúde humana. Afinal de contas, as técnicas de hibridização vêm sendo usadas, ainda que de forma mais rudimentar, em plantas, animais e até mesmo em seres humanos há séculos. 

Quando cruza duas variedades de tomates, você ainda tem tomates, certo? Então, qual é o problema? A questão da segurança para animais ou seres humanos nunca é levantada. Com o trigo, da mesma  forma, pressupôs-se que as alterações no teor de glúten e na estrutura dessa substância, modificações em outras enzimas e proteínas e em características que conferem às plantas suscetibilidade ou resistência a várias doenças, que tudo isso chegaria aos seres humanos sem nenhuma consequência.

A julgar pelas conclusões de pesquisas realizadas por geneticistas agrícolas, tais pressupostos podem ser infundados e estar simplesmente errados. A análise comparada das proteínas presentes em um híbrido do trigo e daquelas presentes nas duas linhagens que lhe deram origem mostrou que, embora aproximadamente 95% das proteínas sejam iguais, 5% delas são exclusivas do híbrido, isto é, não são encontradas em nenhuma das duas linhagens de origem. As proteínas do glúten do trigo, especialmente, sofrem considerável mudança estrutural com a hibridização. 

Em uma única experiência de hibridização, catorze novas proteínas do glúten, isto é, que não estavam presentes em nenhuma das plantas de trigo genitoras, foram identificadas nas plantas-filhas. Ademais, em comparação com linhagens de trigo com séculos de idade, as linhagens modernas de Triticum aestivum expressam uma quantidade mais alta de genes referentes às proteínas do glúten que estão associadas à doença celíaca.

Multipliquem-se essas alterações por dezenas de milhares de hibridações às quais o trigo foi submetido e teremos o potencial para alterações drásticas em características geneticamente determinadas, como, por exemplo, a estrutura do glúten. Vale ressaltar que as modificações genéticas resultantes da hibridização do trigo foram fatais especialmente para as próprias plantas do cereal, uma vez que milhares de novos trigos produzidos nos cruzamentos se mostraram inviáveis quando colocados para crescer na natureza, pois dependiam de auxílio humano para sobreviver.

De início, a nova agricultura do trigo mais produtivo foi recebida com ceticismo no Terceiro Mundo. As objeções se baseavam principalmente na eterna alegação: “Não é assim que costumamos fazer”. O doutor Borlaug, herói da hibridização do trigo, respondia aos críticos do trigo de produtividade elevada atribuindo ao explosivo crescimento da população mundial a culpa por tornar “necessária” a agricultura de alta tecnologia. O incrível aumento de produtividade obtido em países assolados pela fome, como a Índia, o Paquistão, a China e a Colômbia, entre outros, calou rapidamente os negativistas. A produtividade aumentou exponencialmente, transformando a escassez em superabundância e tornando os produtos feitos com trigo baratos e acessíveis.

Será que podemos culpar os agricultores por preferirem linhagens híbridas anãs de produtividade elevada? Afinal de contas, muitos pequenos agricultores passam por dificuldades financeiras. Se eles podem multiplicar por dez a produtividade por área plantada, com um ciclo de plantio mais curto e uma colheita mais fácil, por que não o fariam?