Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente" [ Chico Xavier ]


sexta-feira, 5 de junho de 2020

Sobre um vinho Português: Castelo de Pias

Castelo de Pias: um Vinho Português com ótimo custo-benefício


Inicialmente eu saliento que não se trata de divulgação do produto, não recebo nada pelos comentários. Apenas estou externando minha opinião de consumidora.

Esse é um vinho português com um excelente custo-benefício, encontrado em muitos supermercados, com  valor de compra que varia entre R$25,00 a R$38,00: o Castelo de Pias.

Originário da, região de Alentejo, produzido por diversos produtores como Amareleza Vinhos, e também a Cooperativa de Agrícola de Granja para a safra 2015, e, para safra de 2016,  Encostas d’Alqueva


O processo de fabricação desse vinho é modernizado, utilizando-se pisa mecânica, fermentação alcoólica em ânforas aço inox com capacidade de 12 toneladas com controle de temperatura e curtimenta completa.

Não é um vinho de guarda, ou seja, aqueles que amadurecem em tonéis de carvalho por um determinado período, mas um vinho jovem pronto para consumo. É bastante aromático, saboroso e agrada muito a nós principiantes que estamos começando no processo de aprender a degustar um vinho.

Trata-se de um vinho tinto, meio seco, muito agradável ao paladar, feito a base de um composto de uvas vermelhas, red wine (uvas Alfrocheiro, Aragonez e Trincadeira), com teor alcoólico de 13%, e cor vermelho rubi. A sommelière da Evino, Stephani Vaz, descreve o aroma como vibrante de frutas vermelhas, ao lado de notas florais sutis e em boca, a presença de taninos firmes e acidez pungente.

 Mas o que seriam taninos firmes e acidez pungente?

 A ABS (Associação Brasileira de Sommelières) foi essencial para essa compreensão:

Ao final da fermentação, quando todo o açúcar tiver sido consumido, o vinho resultante será amargo e adstringente. Tais sensações, percebidas como aspereza pelo palato, são causadas pelos taninos jovens, cuja adstringência é potencializada por seu amargor. Nesta fase, os pigmentos vermelhos do vinho exibem um evidente caráter purpúreo, sendo que os aromas são muito frutados e pungentes. 

Assim, entendo que quando se diz taninos firmes e acidez pungente, a referência é feita ao sabor adstringente misturado com um pouco do amargor que se sente ao degustá-lo. Isso decorre do processo de maceração, que é o período em que as cascas são mantidas em contato com o mosto (que é a mistura de suco, sementes, engaços e cascas, produtos do esmagamento dos bagos de uva), durante a fermentação.

No que se refere ao aroma, a cada vez que degusto um vinho, tento identificar essas notas, de modo bastante incipiente ainda. Tenho notado que a descrição “frutas vermelhas e notas florais, ficam mais fáceis de serem identificados com o tempo. Contudo, é uma prática  pessoal e intransferível que nem sempre acertamos, mesmo assim é essencial para quem se interessa em aprender a degustar um vinho.

Quanto à harmonização, combina muito bem com carnes vermelhas e queijos curados (os meus preferidos), aves, massas com molho de tomate, pizzas, hambúrguer, petiscos, charcutaria e queijos curados.



Se você é uma daquelas pessoas, como eu, que está se aventurando no mundo dos vinhos, este é um vinho simples, adorável e que não pesa no bolso.


Referências:

https://www.conceitoportugues.com.br/vinho/castelo-de-pias 

https://www.divinho.com.br/produto/vinho-portugues-castelo-de-pias-2018/

http://roneiandre.dominiotemporario.com/doc/Apostila_Sommelier_-_Basico.pdf

https://www.evino.com.br/product/castelo-de-pias-tinto-alentejo-2015-59562.html

https://blog.todovino.com.br/vinho-red-blend/

https://pt-br.facebook.com/amareleza.vinhos/

https://www.vinhosdoalentejo.pt/pt/enoturismo/cooperativa-agricola-de-granja

OBS: Todas as imagens são de arquivos pessoais.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Dieta lowcarb e vinho: suave ou seco?




Minha história com o vinho começou depois que decidi parar de beber cerveja porque achava o gosto simplesmente horrível. Meu irmão, um amante de vinhos, indicou o caminho para minha nova aventura. Inicialmente eu tomava os tipos suaves, docinhos e achava muito bom, mas as ressacas eram desumanas. Então resolvi apostar em mudar o paladar e partir para os secos, sem fazer a adaptação passando pelos demi-secos e não me arrependi. Não sou uma conhecedora de vinhos e trilho esse caminho com bastante timidez.



Para quem consome baixas quantidades de carboidratos, as ressacas são absurdamente potencializadas. Por experiência, eu digo que já tive ressacas de vinho seco mas, são muito melhores que as de vinho suave. Um truque para diminuir os efeitos é diluir o álcool com água, assim, para cada taça de vinho tome uma de água.

Quando mudei meu estilo de vida alimentar não precisei parar de beber, mudei dos drinques para o vinho. Isso não é absoluto, tem dias que queremos um drink, mas prefiro vodka com frutas e sem adição de açúcar. Com uma dieta de consumo reduzido de carboidratos, a bebida realmente tem que ser escolhida dentre as menos prejudiciais ao nossos objetivos, de manter o peso ou emagrecer.

Com relação aos carboidratos, o vinho seco tem um excelente custo-benefício para a dieta, se olharmos por essa ótica, sobre o suave.


A revista Adega em uma matéria muito esclarecedora observa que:

“Uma das principais fontes de calorias dos vinhos é o álcool, que contém 7 calorias por grama. Carboidratos e açúcar também contribuem para aumentar o valor calórico, já que eles possuem 4 calorias por grama. Um vinho seco típico pode ter cerca de 4 gramas de carboidratos, enquanto a mesma porção de um vinho de sobremesa doce pode ter cerca de 20 gramas de carboidratos. Estes valores se aplicam a aproximadamente 200 ml (uma taça). “

Segundo a Fatsecret uma taça do tipo Cabernet Sauvignon tem 123 calorias em Vinho (1 dose de 150 ml) e 3,8 g de carboidratos.

Além de ser uma bebida agradável, o vinho, consumido com moderação, traz benefícios importantes para a saúde.

O enólogo Lucas Simões (Família Valduga) ressalta que, “o que foi comprovado é que o resveratrol, molécula encontrada principalmente na casca da uva, tem propriedades de diminuir a pressão arterial, aumentar os níveis de colesterol bom, rejuvenescer as artérias, e manter as quantidades adequadas de açúcar no sangue. Sendo que as quantidades clinicamente saudáveis indicadas para colher os benefícios do vinho são de uma taça (aproximadamente 200 ml) para as mulheres e duas taças (entre 300 a 400 ml) para os homens.”.

Não usem esses motivos para exagerar, porque a diferença entre remédio e veneno é a dose.




OBS: Todas as imagens são de arquivos pessoais.



Referências
https://blog.famigliavalduga.com.br/entenda-a-importancia-da-agua-ao-degustar-um-vinho/
https://blog.famigliavalduga.com.br/vinho-e-saude-qual-e-o-consumo-mais-indicado/
https://www.fatsecret.com.br/calorias-nutri%C3%A7%C3%A3o/gen%C3%A9rico/vinho-cabernet-sauvignon
https://revistaadega.uol.com.br/artigo/vinho-pode-auxiliar-na-perda-de-peso_10255.html







terça-feira, 26 de maio de 2020

Brownie lowcarb de Abobrinha e cacau


Um super lanchinho pré/pós-treino ou uma deliciosa sobremesa com menos carboidratos.


INGREDIENTES:

4 colheres (sopa) de farinha de côco bem cheia

2 xícara (chá) de abobrinha ralada

3 colheres (sopa) de cacau 100%

1/2 xícara de uva passa - ou menos, conforme o gosto. Pode-se substituir por xilitol a gosto

3 colheres (sopa) de óleo de côco

3 ovos

1 colher (sopa) de fermento em pó


MODO DE PREPARO:

Em um liquidificador, bata todos os ingredientes com exceção do fermento e a farinha de côco.

Despeje o conteúdo em uma vasilha e misture aos poucos a farinha de côco e por ultimo o fermento.

Coloque em uma forma pequena, untadas com óleo de côco e polvilhadas com cacau em pó, e leve para assar em forno médio (180 °C), preaquecido, por cerca de 35 minutos, dependendo do forno.

Verifique com um garfo se está assado, caso esteja o garfo vai sair limpo.

Deixe esfriar e leve para resfriar na geladeira.



quinta-feira, 6 de julho de 2017

BOLO LOW CARB DE BANANA E CANELA


Ingredientes:

3 ovos
3 bananas grandes e maduras
4 colheres sopa de creme de leite
4 colheres de sopa de adoçante eritritol
1 xícara chá de coco ralado
1 colher de sopa de canela
1 colher de café de bicarbonato
2 colheres de chá de fermento em pó
Manteiga e canela para untar e polvilhar a forma.

Você vai precisar de uma forma de pão de forma ou bolo de média ou pequena untada e polvilhada com canela.

Modo de fazer:


Bata todos os ingredientes no liquidificador, exceto o bicarbonato e o fermento.
Junte o Bicarbonato e o fermento químico e bata rapidamente a mistura. Distribua na forma.

Asse em forno médio, observando sempre, até que fique bem corado e o garfo saia limpo.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O falso mito da gordura vilâ



Esqueça a pirâmide alimentar: indústria de alimentos vêm tapeando nutricionistas por 50 anos

Primeiro estudo sobre doenças do coração foi patrocinado pela indústria açucareira para culpar a gordura e absolver o açúcar

POR Fabio Marton ATUALIZADO EM 15/09/2016




Qualquer um que já tentou abandonar o estilo de vida pizza-refri-televisão pela granola conhece o dilema: as notícias sobre o que vai certamente fazer você viver até os 120 e o que vai entupir suas artérias simplesmente não fazem sentido. Toda a hora tem algo entrando ou saindo do sagrado index de alimentos malignos. (Dê uma olhada nos links – em menos de um ano, duas notícias da SUPER disseram que o ovo é mocinho e vilão.)

A bagunça podia ser só consequência de um novo front científico sendo estudado por vários ângulos. Mas esta é uma história com vilões. Um artigo do cardiologista Staton Glantz, da Universidade da Califórnia, São Francisco, revelou o mais influente caso de corrupção na pesquisa nutricional: o primeiríssimo estudo sobre a relação entre alimentação e doenças do coração, publicado em 1967, foi secretamente patrocinado pela Sugar Research Foundation (Fundação para Pesquisa do Açúcar), ou seja, bancado pela indústria açucareira. Os três cientistas receberam 50 mil dólares para concluir que a gordura, e não o açúcar, era a culpada pelos problemas cardíacos. Recomendando uma dieta com menos gorduras e, consequentemente, mais carboidratos (grupo químico dos açúcares e amido).


“Eles conseguiram descarrilar a discussão sobre o açúcar por décadas”, afirma Staton, ao The New York Times. “Pode parecer história antiga, mas os efeitos desse estudo reverberam até hoje.”


O artigo de 1967 foi imensamente influente. Basta olhar na prateleira de supermercado: iogurte desnatado açucarado é uma coisa simplesmente (perdão a quem comprou ontem) estúpida. Ainda hoje, autoridades governamentais receitam uma dieta baseada em pouca gordura e muito carboidrato. Isso aparece na velha pirâmide alimentar que você aprendeu na escola: a base é uma cacetada de pão, arroz e macarrão, seguido por frutas (que têm frutose, um tipo de açúcar), com coisas gordurosas aparecendo numa pontinha lá em cima.


A crise de obesidade atual pode ser uma consequência dessas recomendações deturpadas. As pessoas ainda acham que estão fazendo um favor a si mesmas enfiando três colheres de achocolatado em leite desnatado. Ah, e a granola: cheia de açúcar, ela não é melhor que enfiar na cara um bolão de chocolate.


O consenso hoje em dia não é que você devia viver como um esquimó e comer banha de baleia com banha de alce. O açúcar é definitivamente um vilão, mas a gordura ainda está no banco dos réus. Tem boa e tem ruim, e a controvérsia continua. Mas já sabe que gordura de menos e açúcar demais fazem você comer mais. E ser gordo não é uma boa notícia para o coração.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Bolo de cenoura low carb


Super fácil e saboroso! Uma opção de café da manhã pra variar.


Ingredientes
2 ovos;
1 cenoura média;
2 c s mel
3 colher de sopa de coco ralado sem açúcar ;
3  colheres de creme de leite;
1 c chá fermento cheia;
1/4 colher chá bicarbonato.

Modo de fazer
Separe o bicarbonato e o fermento. Bata o resto no liquidificador e depois misture o fermento e bicarbonato.
Leve ao forno observando quando estiver corado, espete um garfo, saindo limpo, desligue.

Variações: Pode-se acrescentar uma banana verde ou madura conforme o gosto, na massa, além de polvilhar com canela.

Lembre-se, se a intenção for perder peso, cautela na hora de acrescentar a banana que pode ter em média 22 carboidratos, já a cenoura tem apenas 8 gr de carbos.







--
Cristina Mayrink

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Torta de frango low-carb

Não tem nada mais fantástico que poder comer sua torta de frango e ela não te engordar.
Parece brincadeira mas é pura verdade.
Para os adeptos do Low-Carb, essa receita é um coringa. Serve para prato principal, lanche, aperitivo, o que você precisar. Super simples e baixo carboidrato.


INGREDIENTES

Recheio:
01 peito de frango, cozido, desfiado e bem temperado;
100 gramas de bacon em cubinhos;
azeitonas, cebola e cheiro verde picadinhos;
Queijo ralado para polvilhar por cima da massa

Massa:

04 ovos
04 colheres de sopa cheias de requeijão
1/2 xícara de queijo ralado
02 colheres de sopa de iogurte natural
01 colher de sopa cheia de fermento em  pó

Modo de fazer:

Faça o recheio primeiro e reserve.

Bata no mixer os ingredientes da massa e por ultimo acrescente o fermento
Unte uma forma com azeite.
despeje metade da massa, espalhe o recheio e depois cubra com o restante espalhando com uma colher a massa e polvilhe com o queijo ralado.

Leve ao forno brando (180°-200°)  por 30 min mais ou menos.

Prontinho!!!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

COMER SEM TRIGO PREVINE O ENVELHECIMENTO



Já vimos que alimentos feitos de trigo elevam a taxa de glicose no sangue mais que quase todos os outros alimentos, incluindo o açúcar comum. Comparar o trigo com a maioria dos outros alimentos seria como colocar Mike Tyson no ringue para lutar com Truman Capote: não haveria luta; nocaute de glicose no sangue num piscar de olhos. A menos que você seja uma corredora fundista, de 23 anos de idade e manequim 36, que, graças a uma quantidade mínima de gordura visceral, a uma sensibilidade vigorosa à insulina e às vantagens da abundância de estrogênio, apresenta pequena elevação na glicemia, duas fatias de pão de trigo integral provavelmente farão disparar sua taxa de glicose para a faixa de 150 mg/dL, ou mais do que isso – mais que o suficiente para pôr em funcionamento a sequência de formação dos AGEs. Se a glicação acelera o envelhecimento, será que a não glicação pode desacelerar o envelhecimento?

Um estudo desse tipo foi realizado num modelo experimental com camundongos, com uma dieta rica em AGEs, que provocou mais aterosclerose, catarata, doenças renais e diabetes eencurtou a vida, em comparação com a vida mais longa e mais saudável dos camundongos que consumiram uma dieta pobre em AGEs. Ainda não se realizou o ensaio clínico necessário para a comprovação desse conceito em seres humanos, ou seja, uma dieta rica em AGEs em contraste com uma dieta pobre em AGEs, seguido de exame dos órgãos para verificar os danos do envelhecimento. Esse é um obstáculo
concreto para praticamente toda a pesquisa contra o envelhecimento. Imagine a tentativa de recrutar voluntários: “Senhor, nós vamos incluí-lo em um de dois ‘ramos’ de um estudo. O senhor vai seguir uma dieta com alto teor de AGEs ou com baixo teor de AGEs. Depois de cinco anos, vamos avaliar sua idade biológica”. Você aceitaria a possibilidade de ser incluído no grupo do alto teor de AGEs? E como se avaliaria a idade biológica? 

Se a glicação e a formação de AGEs estão por trás de muitos dos fenômenos do envelhecimento, e se alguns alimentos acionam a formação de AGEs com mais vigor que outros, parece plausível que uma dieta com baixo teor desses alimentos desacelere o processo de envelhecimento, ou pelo menos desacelere os aspectos do envelhecimento que avançam devido ao processo de glicação. Um baixo valor de HbA1c significa que está acontecendo menos glicação endógena promotora do envelhecimento. Você estará menos propenso a catarata, doenças renais, rugas, artrite, aterosclerose e todas as outras expressões da glicação que atormentam os seres humanos, especialmente os que consomem trigo. Talvez até mesmo permita que você seja franco a respeito de sua idade.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

HOMENS ABRAM SEUS OLHOS: barriga de gravida e peitos grandes - culpa do trigo.




A barriga de trigo não é apenas uma questão de estética, mas um fenômeno com consequências reais para a saúde. Além de produzir hormônios inflamatórios como a leptina, a gordura visceral é também uma fábrica produtora de estrogênio em ambos os sexos, aquele mesmo estrogênio que desenvolve características femininas, como o alargamento dos quadris e o crescimento dos seios em garotas no início da puberdade.

Até a menopausa, as mulheres adultas apresentam altos níveis de estrogênio. O excesso de estrogênio produzido pela gordura visceral, porém, aumenta consideravelmente o risco de câncer de mama, já que níveis elevados desse hormônio estimulam o tecido mamário. Em consequência disso, na mulher, o aumento da gordura visceral está associado a um risco até quatro vezes maior de câncer de mama. O risco do câncer de mama em mulheres na pósmenopausa, com a gordura visceral de uma barriga de trigo, é duas vezes maior que o de mulheres magras, sem barriga de trigo, na mesma fase da vida12. É incrível que, apesar dessa ligação evidente, nenhum estudo tenha investigado os resultados de uma dieta sem trigo para a eliminação da gordura visceral da barriga de trigo e seu efeito sobre a incidência de câncer de mama. Se simplesmente ligássemos os pontos, poderíamos prever uma redução acentuada no risco. 

Os homens, por terem apenas uma fração ínfima do estrogênio das mulheres, são sensíveis a qualquer coisa que aumente os níveis desse hormônio. Quanto maior a barriga de trigo nos homens, mais estrogênio é produzido pelo tecido adiposo visceral. Como o estrogênio estimula o crescimento do tecido mamário, níveis elevados de estrogênio podem causar o desenvolvimento de mamas maiores – as temidas “mamas masculinas”, “peitos caídos” ou, para os profissionais da saúde, ginecomastia. Os níveis do hormônio prolactina também podem ficar até sete vezes maiores por causa da gordura visceral. 

Como o nome sugere (prolactina significa “estimulante da lactação”), altos níveis de prolactina estimulam o crescimento do tecido mamário e a produção de leite. Em um homem, mamas aumentadas, portanto, não são apenas a constrangedora característica física da qual seus sobrinhos irritantes zombam, mas a prova física de que os níveis de estrogênio e prolactina estão altos em decorrência da fábrica de hormônios e inflamações pendurada em torno de sua cintura. Uma verdadeira indústria tem se desenvolvido para ajudar os homens envergonhados de seus peitos aumentados. 

Está havendo um crescimento explosivo de cirurgias de redução de mamas masculinas, que se alastra pelo país inteiro em alta progressão. Outras “soluções” incluem roupas especiais, coletes de compressão e programas de exercícios. (Talvez o Kramer da série Seinfeld não estivesse assim tão maluco quando inventou o sutiã masculino.)  Aumento de estrogênio, câncer de mama, mamas masculinas… tudo isso vem daquele saco de bagels compartilhado no escritório.

sábado, 14 de novembro de 2015

Por que o trigo é muito pior que outros alimentos para o problema do excesso de peso?




O fenômeno indispensável para acionar o crescimento da barriga de trigo é a elevação do nível de açúcar (glicose) no sangue, que, por sua vez, provoca a elevação do nível de insulina. (A insulina é liberada pelo pâncreas em resposta à presença de glicose na corrente sanguínea: quanto maior a quantidade de glicose, mais insulina deve ser liberada para passar a glicose para o interior das células corporais – por exemplo, as células dos músculos ou do fígado.)

Quando a capacidade do pâncreas de produzir insulina em resposta ao aumento da quantidade de glicose no sangue é ultrapassada, desenvolve-se o diabetes. Mas você não precisa ser diabético para ter altos níveis de glicose e de insulina na corrente sanguínea. Quem não é diabético pode apresentar facilmente os níveis elevados de glicose necessários para cultivar sua própria barriga de trigo, em particular porque os alimentos feitos com trigo são prontamente convertidos em açúcar.

A elevação do nível de insulina no sangue provoca a deposição de gordura visceral, método pelo qual o corpo armazena o excesso de energia. Quando a gordura visceral se acumula, a enxurrada de sinais inflamatórios que ela produz faz com que os tecidos, como o tecido muscular e o hepático, reajam menos à insulina, o que é denominado resistência à insulina. Isso significa que o pâncreas precisa produzir quantidades cada vez maiores de insulina para metabolizar os açúcares. 

Com o tempo, segue-se um círculo vicioso de aumento da resistência à insulina, aumento da produção de insulina, aumento da deposição de gordura visceral, aumento da resistência à insulina, e assim por diante. Há já trinta anos, os nutricionistas estabeleceram o fato de que o efeito do trigo na elevação do nível de glicose no sangue é maior que o do açúcar comum. Como vimos, o índice
glicêmico, ou IG, é usado pelos nutricionistas para aferir quanto os níveis de glicose no sangue sobem nos 90 a 120 minutos após a ingestão de um alimento. Por essa medida, o pão de trigo integral tem um IG de 72, enquanto o IG do açúcar comum (açúcar de mesa) é de 59 (embora alguns laboratórios tenham obtido valores mais altos, que chegaram a 65). Em comparação, o feijão tem um IG de 51; o grapefruit, de 25, enquanto alimentos que não contêm carboidratos, como o salmão e as nozes, têm IG de praticamente zero. 

Quando comemos esses alimentos não ocorre alteração no nível de glicose do sangue. Na realidade, com raras exceções, poucos alimentos têm um IG tão alto quanto os elaborados com trigo. Se excluirmos as frutas secas, como tâmaras e figos, que são ricas em açúcar, os únicos outros alimentos que têm o IG tão alto quanto o do trigo são amidos secos, pulverizados, como o amido de milho, o amido de arroz, a fécula de batata e a fécula de tapioca. (Vale ressaltar que esses são os mesmos carboidratos muitas vezes usados para preparar alimentos “sem glúten”. Falaremos mais sobre esse assunto adiante.)

Como o carboidrato do trigo, a amilopectina A, extraordinariamente digerível, causa uma elevação no nível glicêmico maior que praticamente qualquer outro alimento – mais que uma barra doce recheada, que o açúcar comum ou que um sorvete –, ele também aciona a liberação de uma maior quantidade de insulina. Quanto mais amilopectina A, mais alto o nível de glicose no sangue, mais alto o nível de insulina, maior a deposição de gordura visceral… e maior a barriga de trigo.

Acrescente a inevitável queda no nível de glicose no sangue (hipoglicemia), que é a consequência natural dos altos níveis de insulina, e você verá por que, à medida que o corpo tenta se proteger dos perigos da queda no nível de glicose, em geral o resultado é uma fome incontrolável. Você fica louco à procura de alguma coisa para comer, algo que faça o nível de glicose subir novamente, e o ciclo é acionado mais uma vez, repetindo-se de duas em duas horas.

Agora inclua no cálculo a resposta de seu cérebro aos efeitos eufóricos provocados pela exorfina derivada do trigo (e seu potencial para provocar uma síndrome de abstinência, caso você não consiga a próxima “dose”), e não será nenhuma surpresa que a barriga de trigo em torno de sua cintura continue a crescer sem parar.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Pão de banana verde - Testada!





A banana verde quando usada cozida, perde o amido resistente, por isso nessa receita ela é apenas um ingrediente de baixo índice glicêmico para compor sua dieta.

Compre bananas verdes (totalmente verdes). Separe, coloque em um saco ermético e congele.
Duas bananas de tamanho médio dão aproximadamente 200gr de massa.

Descongele a banana no microondas por 50 segundos. Passe a faca ao longo da quina e retire a casca; bata num liquidificador ou mixer:

2 bananas, 2 ovos, sal, 2 colheres das de sopa de queijo ralado ( opcional). 
Polvilhe com queijo parmesão.
Misture 1 C das de chá, bem cheia, de fermento. 

Coloque a massa em uma forma de pão e leve para assar. Pode levar de 15 a 30 minutos no forno convencional, dependendo da quantidade de massa e do forno.

OBS: você pode usar essa mesma receita pra fazer tortas, é so misturar o recheio e colocar na forma, fica delicioso.

Fonte: Nutri das Panelas.






terça-feira, 10 de novembro de 2015

TRIGO VICIA. NÃO ACREDITA? LEIA ISSO!


O trigo aciona um ciclo de saciedade e fome, regulado pela insulina, acompanhado pelos altos  e baixos da euforia e da abstinência, distorções da função neurológica e efeitos viciantes, tudo isso levando a deposição de gordura.


Os picos de glicose e de insulina no sangue são responsáveis pelo aumento da deposição de gordura, especificamente nos órgãos viscerais. Com a repetição constante desse fenômeno, a deposição de gordura visceral aumenta, gerando um fígado gordo, rins gordos, um pâncreas gordo, intestinos, grosso e delgado, gordos, bem como a familiar manifestação superficial do acúmulo de gordura, a barriga de trigo. (Até mesmo seu coração engorda, mas você não pode ver por causa das costelas.)

É assim que o pneu em torno de sua cintura ou em torno da cintura de quem você ama corresponde à manifestação superficial da gordura visceral contida no abdome, envolvendo os órgãos abdominais, resultante de meses a anos de ciclos repetidos de altos teores de glicose e insulina no sangue, aos quais se segue a deposição de gordura regulada pela insulina. Não se trata da deposição de gordura nos braços, nas nádegas ou nas coxas, mas da protuberância flácida que circunda o abdome, gerada por órgãos internos gordos e salientes. (O motivo exato pelo qual a perturbação do metabolismo da glicose e da insulina provoca, preferencialmente, deposição de gordura visceral no abdome, e não no ombro esquerdo ou no alto da cabeça, é uma questão que continua a desafiar a ciência médica.)

A gordura nas nádegas ou nas coxas é exatamente isso: gordura nas nádegas ou nas coxas, nem mais, nem menos. Você senta sobre ela, você a espreme para poder caber nos jeans, você se queixa das marcas de celulite que ela cria. Essa gordura representa o excesso de calorias ingeridas em relação às calorias despendidas. Embora o consumo de trigo contribua para o aumento na quantidade de gordura das nádegas e das coxas, a gordura nessas regiões é relativamente inerte em termos metabólicos.

A gordura visceral é diferente. Embora ela possa ser útil, como um “pneuzinho” ao qual seu parceiro, ou sua parceira, possa se agarrar, ela também possui a capacidade singular de acionar uma quantidade de fenômenos inflamatórios. A gordura visceral que enche e circunda o abdome, do tipo barriga de trigo, é uma fábrica metabólica extraordinária, em funcionamento 24 horas por dia, nos sete dias da semana. E o que ela produz são sinais inflamatórios e citocinas anormais (moléculas que atuam como hormônios, realizando a comunicação entre células), como a leptina, a resistina e o fator de necrose tumoral4, 5. Quanto maior a quantidade de gordura visceral, maior a quantidade de sinais anormais liberados para a corrente sanguínea.

Qualquer gordura corporal tem a capacidade de produzir outro tipo de citocina, a adiponectina, uma molécula protetora que reduz o risco de doenças cardíacas, diabetes e hipertensão. Contudo, à medida que a gordura visceral aumenta, diminui sua capacidade para produzir a adiponectina protetora (por motivos ainda não esclarecidos)6. A combinação desses fatores, isto é, a falta da adiponectina junto com o aumento da produção de leptina, do fator de necrose tumoral e de outros produtos inflamatórios, está por trás das respostas insulínicas anormais, do diabetes, da hipertensão e de doenças cardíacas7. A lista de outras perturbações da saúde deflagradas pela gordura visceral está crescendo e agora inclui a demência senil, a artrite reumatoide e o câncer de cólon8. É por isso que a circunferência da cintura tem se mostrado um poderoso instrumento de prognósticos de todas essas perturbações da saúde, bem como da mortalidade.

A gordura visceral não só produz níveis anormalmente altos de sinais inflamatórios, como ela própria, com abundantes quantidades de leucócitos inflamatórios (macrófagos), é inflamada. Por meio da circulação portal hepática, que drena o sangue do trato intestinal, as moléculas endócrinas e inflamatórias produzidas pela gordura visceral desembocam diretamente no fígado, que por sua vez responde produzindo mais uma sequência de sinais inflamatórios e proteínas anormais.

Em outras palavras, em nosso corpo, nem todas as gorduras são iguais. A gordura da barriga de trigo é uma gordura especial. Ela não é simplesmente um depósito passivo para as calorias de pizzas em excesso. Ela é, de fato, uma glândula endócrina, muito semelhante a sua tireoide ou a seu pâncreas, ainda que seja uma glândula endócrina muito grande e ativa. (Que ironia: vovó estava certa, quarenta anos atrás, quando dizia que alguém com sobrepeso tinha um problema de “glândulas”.) Diferentemente de outras glândulas endócrinas, a glândula endócrina da gordura visceral não joga limpo, mas segue regras exclusivas, que prejudicam a saúde do corpo.

Portanto, uma barriga de trigo não causa apenas uma aparência desagradável. Ela também é assustadoramente prejudicial à saúde.

domingo, 8 de novembro de 2015

BARRIGA DE TRIGO, PNEUZINHOS, MAMAS MASCULINAS E “BARRIGAS DE GRÁVIDA





TALVEZ VOCÊ JÁ TENHA PASSADO POR esta experiência.
Você encontra uma amiga que não vê há algum tempo e exclama feliz: “Elizabeth! É para quando?”
Elizabeth: [Silêncio.] Quando? Acho que não sei do que você está falando.
Você: [Engolindo em seco.]…
É mesmo. A barriga de trigo imita muito bem uma barriga de grávida. Por que o trigo causa deposição de gordura especificamente no abdome e não, digamos, no couro cabeludo, na orelha esquerda ou no traseiro? E, deixando de lado equívocos infelizes do tipo “Não estou grávida”, por que esse acúmulo é importante? E por que a eliminação do trigo levaria à perda da gordura abdominal? Vamos examinar as singularidades do tipo físico barriga de trigo: BARRIGA DE TRIGO, PNEUZINHOS, MAMAS MASCULINAS E “BARRIGAS DE GRÁVIDA

Essas são as curiosas manifestações decorrentes do consumo do grão moderno que chamamos de trigo. Com marcas de celulite ou lisas, peludas ou sem pelos, retesadas ou flácidas, as barrigas de trigo têm tantas formas, cores e tamanhos quanto os seres humanos. Mas por trás de todas elas está a mesma causa metabólica. 

Gostaria de defender a tese de que alimentos feitos de trigo, ou que o contenham, engordam as pessoas. Eu até diria que o excesso de entusiasmo no consumo do trigo é a principal causa da crise de obesidade e diabetes nos Estados Unidos. É também, em grande parte, o motivo pelo qual Jillian Michaels precisa atormentar os competidores do reality show Biggest Losera.

Ele explica por que atletas modernos, como jogadores de beisebol e triatletas, estão mais gordos do que nunca. Culpe o trigo quando você estiver sendo esmagado pelo cara de quase 130 quilos sentado ao seu lado no avião.
Sem dúvida, os refrigerantes açucarados e o estilo de vida sedentário agravam o problema. Mas, para a enorme maioria das pessoas preocupadas com a saúde, que não se entregam a esses comportamentos óbvios de ganho de peso, o principal desencadeador do aumento de peso é o trigo.

Na realidade, a incrível prosperidade financeira que a proliferação do trigo na dieta norte-americana gerou para as indústrias de alimentos e de medicamentos pode levá-lo a se perguntar se essa “conjunção favorável” não teria algo de artificial. Será que, em 1955, um grupo de poderosos não teria se reunido secretamente, no estilo Howard Hughes, e traçado um plano diabólico para elevar a produção do trigo anão, de baixo custo e alta produtividade, tramado a divulgação à população da recomendação sancionada pelo governo de comer “grãos integrais saudáveis” e liderado a investida das gigantes do setor alimentício para vender o equivalente a centenas de bilhões de dólares de alimentos prontos, feitos com trigo – tudo isso levando à obesidade e à “necessidade” de bilhões de dólares de medicamentos para tratamento do diabetes, de doenças cardíacas e de todas as outras consequências da obesidade sobre a saúde? Parece absurdo, mas até certo ponto foi exatamente isso que aconteceu.

Nos grupos dedicados à nutrição, o grão integral é o queridinho do momento. Mas, na realidade, esse ingrediente “saudável para o coração”, aprovado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o alimento que consultores nutricionais concordam ser aquele que você deveria ingerir mais, deixa-nos gordos e esfomeados, mais gordos e esfomeados que em qualquer outro momento da história humana.

Compare uma fotografia atual de dez norte-americanos escolhidos aleatoriamente com uma de dez norte-americanos do início do século XX, ou de qualquer século precedente do qual haja fotografias disponíveis, e você verá o contraste violento: os norte-americanos de hoje são gordos. De acordo com os CDC, hoje, 34,4% dos adultos estão com sobrepeso (IMC de 25 a 29,9), 33,9% estão obesos (IMC de 30 ou mais) e apenas menos de um terço da população está com peso normal. Desde 1960, o número de obesos aumentou mais rapidamente, chegando a quase triplicar ao longo desses cinquenta anos.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A DEUSA DA BARRIGA DE TRIGO






Celeste já não se sentia “legal”. 
Aos 61 anos de idade, Celeste contou que, dos 20 aos 40 anos, viera engordando aos poucos, mas se mantivera dentro de sua faixa normal de peso, entre os 54 e os 61 quilos. Mas, quando estava com quarenta e poucos anos, alguma coisa começou a acontecer; mesmo sem mudanças substanciais em seus hábitos, ela foi aumentando progressivamente de peso, até chegar aos 82 quilos.

– Nunca estive tão gorda – queixou-se ela.

Como professora de arte moderna, Celeste andava com uma turma bastante sofisticada, e seu peso fazia com que se sentisse ainda mais constrangida e deslocada. Por isso ela ouviu com atenção quando expus minha introdução à dieta que envolvia a eliminação de todos os produtos de trigo. Ao longo dos três primeiros meses, ela perdeu nove quilos e meio, mais que o suficiente para convencê-la de que o programa funcionava. Ela já estava precisando vasculhar os fundos do closet à procura de roupas que não conseguia usar havia uns cinco anos.

Celeste aderiu à dieta admitindo para mim que, para ela, essa alimentação tinha rapidamente se tornado uma  segunda natureza: sem compulsões e raramente precisando de um lanchinho, ela atravessava facilmente o intervalo entre as refeições, que a mantinham saciada. Ela ressaltou que, de tempo em tempo, as pressões do trabalho a impediam de almoçar ou jantar, mas ela aguentava bem os períodos prolongados sem nada para comer. Lembrei-lhe que petiscos saudáveis, como castanhas cruas, queijo e biscoitos de linhaça eram perfeitamente adequados ao programa. Mas ela achava simplesmente que, na maior parte do tempo, os petiscos não eram necessários.

Catorze meses depois de adotar a dieta Barriga de Trigo, Celeste não conseguia parar de sorrir quando voltou a meu consultório com 57 quilos – peso que nunca mais tinha tido desde os trinta e poucos anos. Tinha perdido 25 quilos e 30 centímetros de cintura, que passara de 97,5 centímetros para 67,5 centímetros. Ela não só cabia novamente em roupas tamanho 40, mas também já não se sentia constrangida em seus contatos sociais no mundo das artes. Não havia mais necessidade de esconder sua flácida barriga de trigo por baixo de camadas de roupas ou batas soltas. Ela podia usar seu vestido de coquetel mais justo com orgulho, sem nenhum sinal de
barriga de trigo.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

TRIGO: ESSÊNCIA PERDIDA NA MANIPULAÇÃO GENÉTICA PARTE II







No futuro, a ciência da manipulação genética tem potencial para modificar ainda mais o trigo. Os cientistas já não precisam misturar linhagens, cruzar os dedos e torcer para que ocorra a exata troca cromossômica. Em vez disso, determinados genes podem ser propositadamente inseridos [no genoma de uma planta] ou removidos [dele], criando-se assim linhagens resistentes a doenças ou a defensivos agrícolas, tolerantes ao frio ou à seca, ou com toda uma série de outras características geneticamente determinadas. Especificamente, novas linhagens podem sofrer manipulação genética para se tornarem compatíveis com determinados fertilizantes ou defensivos agrícolas. 

Do ponto de vista financeiro, esse é um processo compensador para o agronegócio, assim como para os produtores de sementes e de produtos químicos usados em agricultura, como  a Cargill, a Monsanto e a ADM, por exemplo, uma vez que linhagens específicas de sementes podem ser patenteadas e, com isso, fazer jus a preços mais altos, além de estimular a venda dos tratamentos químicos compatíveis com elas. 

A manipulação genética tem por base a premissa de que um gene específico pode ser introduzido exatamente no local correto, sem perturbar a expressão genética de outras características. Embora o conceito pareça ser bem sólido, as coisas nem sempre funcionam com tanta precisão. Na primeira década das atividades de manipulação genética, não eram exigidos testes de segurança ou testes em animais para plantas geneticamente modificadas, uma vez que a prática não era considerada nem um pouco diferente da prática da hibridização, que se supunha inócua. Mais recentemente, a pressão do público fez com que agências reguladoras, como o setor de controle de alimentos da FDA [Food and Drug Administration – órgão norte-americano de Administração de Alimentos e Medicamentos], passassem a exigir testes antes de um produto geneticamente modificado ser lançado no mercado. 

Entretanto, críticos da manipulação genética citam estudos que identificam problemas em potencial com alimentos provenientes de lavouras geneticamente modificadas. Animais utilizados como cobaias nesse tipo de experimentação, alimentados com grãos da soja tolerante ao glifosato (principal ingrediente do herbicida Roundup Ready®e; essas sementes foram geneticamente projetadas para tolerar aplicações abundantes de Roundup® pelo agricultor sem prejuízo para a plantação), apresentaram alterações em tecidos do fígado, do pâncreas, do intestino e dos testículos, em comparação com animais alimentados com soja convencional. Acredita-se que a diferença seja decorrente de um realinhamento inesperado do DNA próximo ao local de inserção do gene, o que resultou na alteração de proteínas do alimento, com efeitos tóxicos em potencial.

Foi necessário o surgimento da manipulação genética para que finalmente surgisse a noção de testes de segurança para plantas geneticamente modificadas. O clamor público levou a comunidade internacional do setor agrícola a desenvolver diretrizes como, por exemplo, o  Codex Alimentarius de 2003, um esforço conjunto da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), para ajudar a determinar quais dos novos alimentos geneticamente modificados deveriam ser submetidos a testes de segurança, que testes deveriam ser realizados e o que deveria ser avaliado. Contudo, nenhum clamor como esse se ergueu anos antes, quando agricultores e geneticistas realizaram dezenas de milhares de experimentos de hibridização. 

Não há dúvida de que rearranjos genéticos imprevistos, que talvez gerem alguma característica desejável, como a resistência maior à seca ou propriedades mais adequadas à panificação, podem ser acompanhados de alterações nas proteínas que não são evidentes à visão, ao olfato ou ao paladar; mas pouco se cuidou desses efeitos colaterais. Continuam a ocorrer tentativas de hibridização, com a produção de novos trigos “sintéticos”. Embora a hibridização não seja tão precisa quanto as técnicas de manipulação de genes, ela, não obstante, possui o potencial de inadvertidamente “ativar” ou “desativar” genes não relacionados ao efeito pretendido, gerando características exclusivas, entre as quais nem todas podem ser identificadas atualmente.

Assim, as modificações do trigo que poderiam provocar efeitos indesejáveis em seres  humanos não decorrem da inserção ou exclusão de genes, mas sim de experimentos de hibridização anteriores à manipulação genética. Como resultado, ao longo dos últimos cinquenta anos, milhares de novas linhagens de trigo passaram a integrar os estoques comerciais de gêneros alimentícios humanos, sem que houvesse a preocupação de um único teste de segurança. Trata-se de um desdobramento com implicações tão gigantescas para a saúde humana que vou repetir o que já disse: o trigo moderno, apesar de todas as alterações que sofreu para a modificação de centenas, se não milhares de suas características geneticamente determinadas, chegou ao mercado mundial de gêneros alimentícios humanos sem que fosse emitido um questionamento sequer sobre sua adequação ao consumo humano.

Como os experimentos de hibridização não exigiam a documentação da realização de testes com animais ou com seres humanos, é uma tarefa impossível indicar onde, quando e como, exatamente, surgiram os híbridos que podem ter ampliado os efeitos nocivos do trigo. Não se sabe sequer se apenas alguns ou se todos os trigos híbridos gerados têm potencial para efeitos indesejáveis sobre a saúde humana. O acúmulo das variações genéticas introduzidas a cada rodada de hibridização  pode fazer toda a diferença. Pensemos em seres humanos do sexo masculino e do feminino. Embora homens e mulheres sejam geneticamente iguais, pelo menos na maior parte do código genético,  é claro que existem diferenças, que contribuem para tornar as conversas mais interessantes, para não falar dos jogos românticos. As diferenças cruciais entre homens e mulheres, um conjunto de diferenças que tem origem em um único cromossomo, o minúsculo cromossomo masculino Y e seus poucos genes, prepararam a cena para milhares de anos de vida e morte humanas, para os dramas de Shakespeare e para o abismo que separa Homer Simpson de sua esposa Marge.

E o mesmo vale para essa gramínea criada por seres humanos que nós ainda chamamos de “trigo”. Diferenças genéticas decorrentes de milhares de hibridações organizadas por seres humanos explicam uma variação substancial em composição, aparência e em características importantes não apenas para chefs e para a indústria alimentícia, mas, potencialmente, também para a saúde humana.